quinta-feira, 31 de março de 2011

Rapper MV Bill realiza palestra e show para internos da Fase

    
   O rapper e ativista MV Bill estará, nesta quinta-feira (31), conversando com adolescentes em conflito com a lei na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), em Porto Alegre. A partir das 10h30min, ele visita as unidades Comunidade Sócio-Educativa (CSE), Centro de Atendimento Sócio-Educativo Feminino (Casef), Centro de Atendimento Sócio-Educativo Porto Alegre II (Case POAII) e o Centro de Atendimento Sócio-Educativo Padre Cacique. O músico vem a Porto Alegre atendendo a convite do governador do Estado, Tarso Genro.

 
       Às 12h40min, cerca de 60 adolescentes em internação, com possibilidade de atividade externa (ICPAE), oferecem um almoço ao rapper carioca, no Centro de Convivência (Cecon), no complexo da sede da Fase. A visita precede o show que ocorre sexta-feira (1), às 15h, na Unidade Case POA I.

     O governador Tarso Genro, o vice-governador, Beto Grill, a primeira-dama, Sandra Genro, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, o secretário de Segurança Pública, Airton Michels, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim, e o presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, são algumas das autoridades confirmadas para o evento.

     O presença MV Bill na Fase inaugura uma série de ações do Governo do Estado visando à reestruturação da instituição que, hoje, abriga 878 adolescentes em 24 unidades (internação e semiliberdade) por todo o estado. Ainda em março, o governador Tarso Genro anunciou a contratação emergencial de 85 profissionais, além da liberação de recursos para reformas em unidades em todo o estado. Para 2012, está prevista a realização de concurso público e o início da construção de uma nova unidade da Fase na capital.


MV Bill

    Em 2005, MV Bill ficou nacionalmente conhecido com a exibição do seu documentário Falcão - Meninos do Tráfico, no programa Fantástico, da Rede Globo. A produção conta a história de adolescentes que se envolveram com o tráfico. Dos 17 jovens acompanhados pelo projeto, apenas um sobreviveu. Dois anos depois, em 2007, o rapper lançou a continuação do documentário; agora, abordando o tema pela perspectivas delas com Falcão - Mulheres e o Tráfico.

      MV Bill também é um dos fundadores da Central Única das Favelas (CUFA), organização reconhecida nacionalmente por suas ações sociais, esportivas e culturais, criada a partir da união entre jovens de várias comunidades carentes que buscavam espaços para expressar suas atitudes e questionamentos.



Foto: Divulgação

Edição: Palácio Piratini (51) 3210.4305

terça-feira, 29 de março de 2011

LANÇAMENTO DO LIVRO CUFA10 ANOS E DA PRODUTORA CUFA FILMES

       A CUFA - Central Única das Favelas - realizou uma grande festa em Madureira(RJ) para dois importantes lançamentos da história da instituição. Um os lançamentos foi a mais nova Produtora do mercado audiovisual a Cufa Filmes e outro o Livro que conta 10 Anos da História da Cufa.



      A CUFA - Central Única das Favelas - iniciou suas ações em 1998 e aos poucos foi se transformando num dos maiores pólos culturais do país.

       O Livro CUFA 10 Anos é o resultado da organização que busca transformar positivamente a vida dos moradores de favelas de todo Brasil.


      O grande homenageado da noite foi o Cineasta Caca Diegues que teve uma página do livro dedicada a ele, como forma de reconhecimento e admiração a parceria do cineasta com a Central  há vários anos.

      A festa contou com presenças ilustres, como o Ator Marcos Frota, Ricardo Macieira, Edson Santos, Chaim Litewski (ONU), Mario Diamante (ANCINE), Dj Marlboro e de Cufianos de bases da CUFA de vários estados.

      A festa teve a apresentação da cantora Nega Gizza acompanhada do Rapper MV Bill, ambos fazem parte do grupo de fundadores da CUFA.

      Em uma noite de muita música e alegria Celso Athayde ficou até o final distribuindo autógrafos no livro o qual cada convidado levou o seu para casa.

     Na ocasião foi apresentada a CUFA Filmes, produtora que vem consolidar o trabalho da instituição no campo audiovisual.


  A CUFA criou festivais de cinema e seminários, tendo muitos    de seus alunos premiados mundo afora! Com base numa trajetória firme e objetiva, tendo sempre como pano de fundo a cidadania. A CUFA vem levando há 13 anos, para além das favelas e periferias, cultura, lazer e esporte para milhares de pessoas.
     Hoje a instituição decidiu usar sua experiência para expandir suas ações ao lançar a CUFA Filmes, uma produtora para dar voz e legitimidade a um trabalho que já vem sendo feito pela equipe de audiovisual da CUFA. Entrar no mercado formal era um avanço natural, uma questão de tempo, então faltava criar um centro de produção capaz de concorrer no mercado efetivamente, tendo suas equipes compostas na sua maioria por profissionais formados pela própria instituição.




Confira algumas fotos na Galeria Oficial acessando o linck:
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2011

CUFA RIO GRANDE PARTICIPA DA JORNADA PREVENTIVA NO VIADUTO DONA LEOPOLDINA EM PORTO ALEGRE

Na semana de 21 e 25 de março a Central Única das Favelas do RS
realizou a primeira edição da Jornada Preventiva



Crianças brincam na cama elástica embaixo do Viaduto Dona Leopoldina
   

                                                         grupo da capoeira



 
    Durante uma semana cerca de 2000 crianças receberam informações sobre as consequências do uso drogas, em especial o crack, através de palestras, batepapos, teatro e oficinas diversas.
Oficina de boxe

  A CUFA Rio Grande do Sul utilizou a cultura, o esporte, oficinas de artes e artesanato, apresentações para fazer a transformação, conscientização e inclusão social.

 A CUFA Rio Grande se fez presente dia 25 levando crianças, adolescentes e jovens que participam de projetos sociais de nossa cidade com a prática de capoeira e boxe.





oficina de capoeira


oficina de basquete de rua

   Foram realizadas oficinas de Capoeira, Basquete de rua, boxe, artesanato e teatro. Participaram  também rappers Mr Diones Ed Lima e Jeff Brito que fizeram  um show de Hip Hop que movimentou a tarde Participaram também da caravana riograndina Fernando e Gabriela do Grupo de dança de rua Mouchan .

Teatro sobre uso de drogas e seu efeito na familia

Projeção de vídeo


Rapper Mr Diones fazendo sua apresentação

    Os graffiteiros de Rio Grande coordenados pelo Ene3 deixaram sua marca no viaduto Dona Leopoldina





    Na Jornada Preventiva a CUFA RS também serviu para divulgar o Projeto Antídoto, a ser realizado no mesmo local, que vem sendo planejado junto com os parceiros Clube Internacional e Prefeitura de Porto Alegre. Em 2010, a CUFA RS conquistou o direito de construir naquele espaço um Centro Sócio - Esportivo e Cultural que atenderá toda a comunidade com uma séries e atividades.




diversão no playground

A todos que possibilitaram essa viagem agradecemos!
                

sábado, 26 de março de 2011

SEMINÁRIO do PLANO PLURIANUAL NA REGIÃO SUL

         No último dia 26 de março foi realizado na cidade do Rio Grande, no auditório da Universidade do Rio Grande, o Seminário  Plano Plurianual Participativo (PPA)da região do COREDE  SUL.
      O Seminário tem como objetivo envolver os cidadãos na construção da estratégia de desenvolvimento do RS, definindo programas e ações prioritários para o investimento dos recursos públicos no período de 2012 a 2015.       A elaboração do PPA dos próximos quatro anos integra o Sistema Estadual de Participação Cidadã, por isso conta com a contribuição da população e das entidades representativas.
      O Plano Plurianual Participativo (PPA) é um grande plano de Governo que orienta a elaboração e a execução das políticas públicas para tratar do desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul. Ele também define a orientação estratégica do Governo, as prioridades e as metas concensualizadas com a sociedade para um período de quatro anos.
     A integrante do Grupo Gestor Cátia Rocha esteve presente no evento representando a CUFA Rio Grande.
       A representante da CUFA encaminhou a proposta ESPORTE, CULTURA e LAZER que consiste na construção de espaços públicos na periferia das cidades que garantam às famílias, em especial às crianças e aos adolescentes , o desenvolvimento pleno de sua cidadania. Estes espaços com quadras poliesportivas, pista de skate, teatro, salas de inclusão digital bibliotecas e brinquedotecas, bem com espaço para reuniões e oficinas trarão melhorias na convivência familiar e comunitária, diminuição da violência  e ao uso de drogas.

Cufa RG


Preocupação com crescimento do Porto do Rio Grande domina debate do PPA na Região Sul




       Seminário com mais de 500 participantes teve presença do vice-governador (E) e secretários estaduaisUm total de 534 pessoas, entre participantes e autoridades, estiveram no Auditório Central da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) para o debate do Plano Plurianual (PPA) Participativo na Região Sul. O vice-governador, Beto Grill, representando o governador Tarso Genro, coordenou a abertura da cerimônia, na manhã deste sábado (26). A potencialização das atividades decorrentes dos investimentos no Porto do Rio Grande e a preparação da região para os efeitos do crescimento da indústria naval dominaram os pronunciamentos e as preocupações de autoridades e cidadãos.


      O Secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, anunciou a inclusão do Plano Diretor de Desenvolvimento Econômico para a região de Rio Grande e municípios adjacentes na Carta-Consulta de financiamento junto ao BNDES. "Temos aqui investimentos bilionários, desde a ampliação do Porto à duplicação das estradas federais, mas precisamos estar preparados para os efeitos desse crescimento. Não queremos construir uma região de contradições entre PIB e índice de desenvolvimento, é preciso integrar as políticas para potencializar as atividades econômicas com sustentabilidade ambiental e inclusão social", afirmou o Secretário.

      A deputada estadual Miriam Marroni, presente à cerimônia, também anunciou a projeção de parte dos recursos do Fundopem para a preparação da região aos efeitos do crescimento do Porto. A presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Sul, Selmira Ferembach, salientou a importância da integração das entidades representativas dos municípios para o fortalecimento da participação na gestão dos processos públicos.

      Entre as propostas apresentadas pela população que se manifestou através de pronunciamentos públicos e encaminhamentos por escrito, estão:

- Políticas de desenvolvimento urbano, com programas de qualificação de mão-de-obra, de acesso diferenciado a jovens e trabalhadores de municípios da região ao mercado de trabalho

- Programas preventivos à expansão do tráfico de drogas e violência urbana, implementação de estrutura de atendimento e tratamento dos usuários de drogas

- Saneamento Básico, com aumento da capacidade de água tratada e ampliação da rede de tratamento do esgoto cloacal

- Integração da política de Habitação e Transporte Urbano dos governos federal e estadual, com financiamento dos bancos públicos para ampliação das unidades habitacionais

- Aeroporto Regional de Rio Grande e Pelotas

- Investimento em Hidrovias

- Investimento em Energia Eólica, com favorecimento aos municípios que possuem estudo de impacto ambiental para o aproveitamento desta fonte de energia alternativa: Jaguarão, Piratini e Santa Vitória do Palmar

- Construção de passarelas na RS 734

       Além do direcionamento às atividades decorrentes da ampliação do Porto do Rio Grande, várias manifestações reivindicaram programas de preservação e valorização do patrimônio histórico da região. O estudo de alternativas para trabalhadores vinculados à atividade do fumo e da pesca, e o fomento à agricultura familiar e ao cooperativismo também foram apresentados como ações importantes para a região.

      Ainda compuseram a mesa de autoridades o deputado federal Fernando Marroni, o Vice-Reitor da FURG, Ernesto Luiz Casares Pinto, o deputado estadual Alexandre Lindemeyer, representando o Presidente da Assembléia, a Secretária de Meio Ambiente, Jussara Cony, e o Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Marcelo Danéris, que apresentou a estrutura de funcionamento e atendimento do Conselho à platéia. O Reitor da FURG, João Carlos Brahm Cousin, compareceu na sequencia da atividade, e elogiou as divulgações de ações já estruturadas pelo Governo do Estado para infra-estrutura e políticas públicas regionais.


FONTE:

Texto: Carine Prevedello
Foto: Tammie Faria Sandri/FURG

Características da Região



REGIÃO FUNCIONAL 5

Chui, Santa Vitória, Jaguarão Arroio Grande, Rio Grande, São José do Norte, Herval, Pedro Osório, Cerrito, Capão do Leão,  Pelotas, Pedras Altas, Pinheiro Machado, Piratini, Canguçu, Arroio do Padre, Turuçu, São Lourenço do Sul, Tavares, Santana da Boa Vista, Amaral Ferrador, Morro Redondo

A Região Funcional 5, formada unicamente pelo Corede Sul, destaca-se pela concentração urbana, com cerca de 60% dos seus moradores vivendo no chamado Aglomerado Urbano do Sul, que inclui os municípios de Pelotas, Rio Grande, Capão do Leão, São José do Norte e Arroio do Padre. A Região ocupa 17% do território, tem 7,9% da população do Estado e responde por 7,1% do PIB gaúcho. Possui uma estrutura portuária que atende todo o Estado, um setor de serviços relevante e uma agropecuária tradicional na qual tem especial destaque a produção de arroz e a pecuária. Os municípios de Pelotas e Rio Grande apresentam grande concentração de instituições de ensino superior que conferem para região grande capacidade para a formação de mão de obra. O Porto do Rio Grande possui potencial para se constituir em um polo de atração devido às vantagens naturais e operacionais que lhe conferem posição competitiva e destacada. O recente desenvolvimento do polo naval tem agregado segmentos complementares com repercussão para a economia local. O setor de Serviços tem boa capacidade de expansão em atividades de apoio a exportações e serviços em geral.



O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE) da Região Funcional 5, em 2007, foi de 0,745 (médio desenvolvimento), abaixo da média do Estado que foi de 0,770.
Dados dos Coredes da RF 5 Corede Sul População Total (2010): 842.809 habitantes
Área (2010): 35.042,9 km²
Densidade Demográfica (2010): 24,1 hab/km²
Taxa de analfabetismo (2000): 8,67 %
Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 69,54 anos
Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 12,18 por mil nascidos vivos
PIBpm(2008): R$ mil 12.462.108 PIB per capita (2008): R$ 14.395
Exportações Totais (2008): U$ FOB 2.945.886.396



quarta-feira, 23 de março de 2011

JORNADA PREVENTIVA DA CUFA RS É SUCESSO

       Desde segunda feira dia 21 a CUFA RS tem reunido crianças e jovens no Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina na Zona Central de Porto Alegre onde estão sendo realizadas oficinas e outras atividades com foco na prevenção ao uso de drogas, dentro do projeto Jornada Preventiva.

       A proposta surgiu durante a segunda fase da campanha Crack Nem Pensar em 2010, desenvolvida pelo Grupo RBS no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O projeto da CUFA RS foi selecionado pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho que proporcionou, através do Portal Social, que diversas entidades arrecadassem recursos para desenvolver suas ações e projetos de prevenção ao uso de drogas, em especial o crack.

      Na Jornada Preventiva a CUFA RS também pretende chamar atenção para o Projeto Antídoto, a ser realizado no mesmo local, que vem sendo planejado junto com os parceiros Clube Internacional e Prefeitura de Porto Alegre. Em 2010, a CUFA RS conquistou o direito de construir naquele espaço um centro sócio - esportivo e cultural que atenderá toda a comunidade com uma séries e atividades.

Manoel Soares num bate papo com os jovens


Crianças e adolescentees assistem video de Mv Bill e Manoel Soares


Apresentação da Banda Hiroshima


Roda de Capoeira no Viaduto Dona Leopoldina


     No próximo dia 25/03, com o apoio da Câmara de Vereadores  de Rio Grande, na pessoa de seu Presidente Vereador Renatinho e com o apoio do Deputado Alexandre Lindenmeyer, a CUFA Rio Grande estará em Porto Alegre fazendo parte desta Jornada Preventiva ao uso de droga, promovida pela CUFA RS, com um grupo de 40 crianças e adolescentes.
   Agradecemos também nesta oportuniade aos vereadores Spotorno e Giovane que já deram seu apoio e aguardamos que outros vereadores no dia de hoje façam o mesmo já que todos se manifestaram simpáticos a iniciativa e as ações da CUFA em nosso município.


       Outras pessoas que quiserem colaborar com nossas ações na prevenção ao uso de drogas e demais projetos  favor entrar em contato pelo email cufa.rg@gmail.com ou pelo telefone 91031253.
Cufa Rio Grande

leia mais:
                
   Um viaduto para combater as drogas

            
                                                                                                                 Comunicação Portal Social




     Viadutos são, com frequência, associados a problemas urbanos como drogadição, prostituição e mendicância. Ao menos até sexta-feira, o viaduto Imperatriz Dona Leopoldina – que une dois pontos da Avenida João Pessoa, passando sobre a Avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre – é um local para reflexões, prevenção ao consumo de entorpecentes e atividades culturais e esportivas.


        A Jornada Preventiva, série de atividades promovidas pela Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul (Cufa), reúne crianças e adolescentes de escolas da Região Metropolitana, bem como turmas das Cufas de municípios do Interior para troca de experiências em oficinas e apresentações de teatro, música e dança.


      O projeto faz parte da Campanha Crack Nem Pensar e captou recursos aqui no Portal Social. Por meio das doações realizadas no site, o projeto arrecadou o valor necessário para desenvolver as atividades da Jornada Preventiva e, desta forma, contribui para manter crianças e adolescente longe das drogas.


     Conforme a coordenadora institucional da Cufa-RS, a baiana Ivonete Pereira, a intenção da entidade é tornar o local um espaço de cultura, com ações regulares. O viaduto funcionaria como um ponto de partida para as intervenções que já são feitas em comunidades.


      “Normalmente, nossas ações são pontuais e acabam atingindo os participantes. Com esse espaço, atrairíamos pessoas para cá, que levariam as atividades para suas comunidades”, planeja Ivonete.


       Para a vida do monitor de capoeira do Centro Brasileiro da Arte Capoeira Gilmar Dias, o esporte que leciona foi muito importante:


      “Com a capoeira, conheci minha mulher, viajei pelo Brasil e hoje trabalho com ela. Espero que seja para essas crianças tudo o que foi para mim”.


       Ideia é transformar local


       A Cufa tem autorização da prefeitura para usar o local e prepara um projeto para remodelar o Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina, com a construção de quadras poliesportivas, salas de aulas e auditório para treinamentos.


          Ontem, crianças e adolescentes que foram ao local participaram de oficinas de judô, basquete de rua, capoeira e artesanato e assistiram à apresentação da banda mirim da escola de samba Império Serrano, de Guaíba. O mestre de bateria e instrutor Adriano Centeno diz que as aulas para crianças começaram há mais de 40 anos.


         “Com os ensaios, tira-se crianças da rua por duas ou três horas”, comemora Centeno.




Fonte: Zero Hora

sábado, 19 de março de 2011

CUFA RIO GRANDE SE PREPARA PARA A 1ª JORNADA PREVENTIVA

    Com o apoio da Câmara Municipal de Vereadores na pessoa do Vereador Renatinho, presidente daquela casa e SMCAS na pessoa do  Secretário Salum,  a CUFA Rio Grande, no próximo dia 25, levará 40 crianças e adolescentes de bairros periféricos  à Porto Alegre para participarem da 1ª Jornada Preventiva - uma semana de atividades com foco na prevenção ao uso de drogas, em especial o crack.

CUFA RS reune jovens para uma Jornada
       Entre os dias 21 e 25 de março, durante todo o dia, a CUFA RS irá reunir mais de 800 crianças e jovens no Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina na Zona Central de Porto Alegre onde serão realizadas oficinas e outras atividades com foco na prevenção ao uso de drogas, dentro do Projeto Jornada Preventiva.


        Além da turmas de escolas públicas e associações de toda região metropolitana que irão  participar de uma semana inteira de oficinas e atividades desenvolvendo uma Jornada Preventiva, são esperadas também equipes da bases da CUFA nos municípios gauchos de Rio Grande, Pelotas, Frederico Westphalen, Montenegro, Guaíba, Eldorado, Alvorada, Canoas e Cachoeira do Sul.,

      A proposta  de realizar esta jornada surgiu durante a segunda fase da campanha Crack Nem Pensar em 2010, desenvolvida pelo Grupo RBS no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O projeto foi selecionado pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho que proporcionou, através do Portal Social, que diversas entidades arrecadassem recursos para desenvolver suas ações e projetos de prevenção ao uso de drogas, em especial o crack.

     A Jornada Preventiva também vai chamar atenção para o Projeto Antídoto, a ser realizado no mesmo local, que vem sendo planejado junto com os parceiros Clube Internacional e Prefeitura de Porto Alegre.
      Em 2010, a CUFA RS celebrou com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre uma parceria inédita no estado, que viabilizará pelos próximos anos a utilização do espaço para a criação de um centro sócio - esportivo e cultural.
        Dentre as atividades previstas para a semana, estão oficinas de capoeira, basquete de rua, artesanato, judô, xadrez, graffite, dança de rua e teatro fórum. Para complementar, terão apresentações culturais dentre elas a Banda Hiroshima, atual classificada para o campeonato nacional de bandas e fanfarras, promovido pela CNBF; uma esquete da Companhia de Teatro Tumulto sobre prevenção aos uso de drogas e Escola de Samba Mirim Império Serrano de Guaíba/RS. Permeando todas as oficinas e apresentações a prevenção ao uso de drogas e a opção por uma vida saudável será sempre reforçada.

      CUFA- Rio Grande estará levando um grupo de capoeira do Bairro Getúlio Vargas, alunos de graffiti, breack (dança de rua) e crianças da Cidade de Águeda que produzem poesia e música Hip Hop todos participantes de projetos que tem como pano de fundo a prevenção ao uso de drogas.

Serviço:

O quê? Jornada Preventiva – Uma semana de atividades com foco na prevenção ao uso de drogas, em especial o crack.


Quando? Entre os dias 21 e 25 de março, durante todo o dia

Onde? Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina na Zona Central de Porto Alegre

 Custo?  Gratuito


PROGRAMAÇÃO

21 de março – segunda-feira

Manhã

    9h Abertura
    9h10min Apresentação de capoeira
    9h30min Oficina de Capoeira
   10h Oficina de Basquete
   10h30min Intervalo
   10h45min Jogo de basquete
   11h30min Encerramento Turno manhã.


Tarde
   13h30min Abertura
   13h45min Apresentação de Capoeira
   14h15min Oficina e Artesanato
   14h15min Oficina de Basquete de Rua
   15h Oficina de Capoeira
   15h45min Intervalo
   16h Jogo de basquete
   16h e 30min Encerramento


22 de março – terça-feira


Manhã
    9h Abertura
   9h10min Apresentação Judô
   9h30min Oficina de Judô
   10h Oficina de Basquete de Rua
   10h30min Intervalo
  10h45min Jogo de Basquete
  11h30min Apresentação Banda Hiroshima
  11h30min Roda de Capoeira
  11h30min Judô
  12h30min Encerramento turno manhã

Tarde
  13h30min Abertura
 14h15min Apresentação de Judô
 14h15min Oficina de Artesanato
 14h15min Oficina de Basquete de Rua
 15h Oficina de Artesanato


23 de março – quarta-feira

Manhã
 9h Abertura
 9h15min Oficina de Basquete de rua
 9h15min Oficina de Teatro Foro 
 10h Oficina de Teatro
 10h45min Intervalo
 11h Jogo de basquete AXB
 11h30min Encerramento


Tarde

  13h30min Abertura
  13h45min Oficina de Basquete
  14h Oficina de Artesanato 
  15h Intervalo
  15h15min Teatro Foro
 16h Jogo de Basquete
 16h 30min Enceramento


24 de março – quinta-feira


Manhã

  9h Abertura
  9h15min Teatro Foro 
  9h15min Basquete de Rua 
  10h Teatro Foro 
  10h 45min Intervalo
  11h Jogo de Basquete


Tarde

  13h30min Abertura
  13h45min Basquete 
  14h30min Artesanato 
  15h10min Intervalo
  15h 25min Teatro Foro 
  16h Jogos de Basquete


25 de março – sexta-feira

Manhã

  9h Abertura
  9h15min Oficina Teatro Foro 
  9h15min Oficina de Artesanato 
  10h15min Intervalo
  10h20min Oficina de Basquete 
  10h20min Oficina de Teatro Foro 
  11h Jogos de Basquete 
  11h30min Encerramento.

Tarde

  13h30min Abertura
  13h45min Apresentação do Trabalho de Xadrez
  14h Apresentação de Teatro
  14h30min Xadrez 
  14h30min Oficina de Teatro foro

 15h Intervalo
 15h15min Oficina de Basquete de Rua 
 15h15min Oficina de Teatro Foro 
 15h15min Oficina de Xadrez 
 16h Jogos de Basquete

segunda-feira, 14 de março de 2011

DEPUTADA MANUELA EM MONTENEGRO

                     CUFA Montenegro recebe Deputada Manuela


    Rogério Santos (Coordenador Municipal da CUFA Montenegro), Manuela D'Avila (Deputada Federal pelo PCdoB), MC Pedrão (Coordenador de Hip Hop CUFA Montenegro) e Thaís Engel (Coordenadora de Projetos CUFA Montenegro)

    Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Deputada Federal Manuela d`Ávila esteve em Montenegro nesta sexta-feira, 11, para uma palestra sobre o papel da mulher na sociedade.

   Na oportunidade, Manuela que é também presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, recebeu Rogério dos Santos (Coordenador Municipal da CUFA Montenegro), Pedro José da Silva (Coordenador de Hip Hop) e Taís Engel (Coordenadora de Projetos) para conhecer os projetos da CUFA no município e propor parcerias para a realização de ações com a juventude que vive nas periferias.

     Manuela, aceitou a proposta e sugeriu também que fossem abordados os temas de saúde, educação e espaço urbano nos encontros.

     “Nosso mandato é voltado para os cidadãos e aberto ao diálogo e às propostas. Penso que para construirmos um futuro melhor, é preciso debater o presente”, enfatizou Manuela.

     Após o encontro Manuela "Twittou":  Agenda em Montenegro foi maravilhosa. Pessoal da Cufa propôs parceria fantástica.

quarta-feira, 9 de março de 2011

CARTA ABERTA A ZIRALDO, POR ANA MARIA GONÇALVES

       Esta carta , embora não tenha sido publicada na grande  midia, merece ser lida por todos. Nela temos uma critica escrita com propriedade, nela encontramos a verdade de quem sabe do que está falando.
      É, na minha opiniao,  um texto brilhantemente escrito que merece ser divulgado para que todos reflitam sobre a questão.

                                                              Cátia Tubino da Rocha

Caro Ziraldo,



Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, em carta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133)

Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endossa : "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".

Lobato estava certo. Certíssimo. Até hoje, muitos dos que o leram não vêem nada de errado em seu processo de chamar negro de burro aqui, de fedorento ali, de macaco acolá, de urubu mais além. Porque os processos indiretos, ou seja, sem ódio, fazendo-se passar por gente boa e amiga das crianças e do Brasil, "work" muito bem. Lobato ficou frustradíssimo quando seu "processo" sem ódio, só na inteligência, não funcionou com os norte-americanos, quando ele tentou em vão encontrar editora que publicasse o que considerava ser sua obra prima em favor da eugenia e da eliminação, via esterilização, de todos os negros. Ele falava do livro "O presidente negro ou O choque das raças" que, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, país daquele povo que odeia negros, como você diz, Ziraldo, foi publicado no Brasil. Primeiro em capítulos no jornal carioca A Manhã, do qual Lobato era colaborador, e logo em seguida em edição da Editora Companhia Nacional, pertencente a Lobato. Tal livro foi dedicado secretamente ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, em meio à vasta e duradoura correspondência trocada pelos dois: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha".

Impossibilitado de colher os frutos dessa poda nos EUA, Lobato desabafou com Godofredo Rangel: "Meu romance não encontra editor. [...]. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tantos séculos de progresso moral possa este povo, coletivamente, cometer a sangue frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros." Tempos depois, voltou a se animar: "Um escândalo literário equivale no mínimo a 2.000.000 dólares para o autor (...) Esse ovo de escândalo foi recusado por cinco editores conservadores e amigos de obras bem comportadas, mas acaba de encher de entusiasmo um editor judeu que quer que eu o refaça e ponha mais matéria de exasperação. Penso como ele e estou com idéias de enxertar um capítulo no qual conte a guerra donde resultou a conquista pelos Estados Unidos do México e toda essa infecção spanish da América Central. O meu judeu acha que com isso até uma proibição policial obteremos - o que vale um milhão de dólares. Um livro proibido aqui sai na Inglaterra e entra boothegued como o whisky e outras implicâncias dos puritanos". Lobato percebeu, Ziraldo, que talvez devesse apenas exasperar-se mais, ser mais claro em suas ideias, explicar melhor seu ódio e seu racismo, não importando a quem atingiria e nem por quanto tempo perduraria, e nem o quão fundo se instalaria na sociedade brasileira. Importava o dinheiro, não a exasperação dos ofendidos. 2.000.000 de dólares, ele pensava, por um ovo de escândalo. Como também foi por dinheiro que o Jeca Tatu, reabilitado, estampou as propagandas do Biotônico Fontoura.

Você sabe que isso dá dinheiro, Ziraldo, mesmo que o investimento tenha sido a longo prazo, como ironiza Ivan Lessa: "Ziraldo, o guerrilheiro do traço, está de parabéns. Finalmente o governo brasileiro tomou vergonha na cara e acabou de pagar o que devia pelo passe de Jeremias, o Bom, imortal personagem criado por aquele que também é conhecido como “o Lamarca do nanquim”. Depois do imenso sucesso do calunguinha nas páginas de diversas publicações, assim como também na venda de diversos produtos farmacêuticos, principalmente doenças da tireóide, nos idos de 70, Ziraldo, cognominado ainda nos meios esclarecidos como “o subversivo da caneta Pilot”, houve por bem (como Brutus, Ziraldo é um homem de bem; são todos uns homens de bem – e de bens também) vender a imagem de Jeremias para a loteca, ou seja, para a Caixa Econômica Federal (federal como em República Federativa do Brasil) durante o governo Médici ou Geisel (os déspotas esclarecidos em muito se assemelham, sendo por isso mesmo intercambiáveis)".

No tempo em que linchavam negros, disse Lobato, como se o linchamento ainda não fosse desse nosso tempo. Lincham-se negros nas ruas, nas portas dos shoppings e bancos, nas escolas de todos os níveis de ensino, inclusive o superior. O que é até irônico, porque Lobato nunca poderia imaginar que chegariam lá. Lincham-se negros, sem violência física, é claro, sem ódio, nos livros, nos artigos de jornais e revistas, nos cartoons e nas redes sociais, há muitos e muitos carnavais. Racismo não nasce do ódio ou amor, Ziraldo, sendo talvez a causa e não a consequência da presença daquele ou da ausência desse. Racismo nasce da relação de poder. De poder ter influência ou gerência sobre as vidas de quem é considerado inferior. "Em que estado voltaremos, Rangel," se pergunta Lobato, ao se lembrar do quadro para justificar a escolha do nome do livro de cartas trocadas, "desta nossa aventura de arte pelos mares da vida em fora? Como o velho de Gleyre? Cansados, rotos? As ilusões daquele homem eram as velas da barca – e não ficou nenhuma. Nossos dois barquinhos estão hoje cheios de velas novas e arrogantes, atadas ao mastro da nossa petulância. São as nossas ilusões". Ah, Ziraldo, quanta ilusão (ou seria petulância? arrogância; talvez? sensação de poder?) achar que impor à mulata a presença de Lobato nessa festa tipicamente negra, vá acabar com a polêmica e todos poderemos soltar as ancas e cada um que sambe como sabe e pode. Sem censura. Ou com censura, como querem os quemerdenses. Mesmo que nesse do Caçadas de Pedrinho a palavra censura não corresponda à verdade, servindo como mero pretexto para manifestação de discordância política, sem se importar com a carnavalização de um tema tão dolorido e tão caro a milhares de brasileiros. E o que torna tudo ainda mais apelativo é que o bloco aponta censura onde não existe e se submete, calado, ao pedido da prefeitura para que não use o próprio nome no desfile. Não foi assim? Você não teve que escrever "M*" porque a palavra "merda" foi censurada? Como é que se explica isso, Ziraldo? Mente-se e cala-se quando convém? Coerência é uma questão de caráter.

O que o MEC solicita não é censura. É respeito aos Direitos Humanos. Ao direito de uma criança negra em uma sala de aula do ensino básico e público, não se ver representada (sim, porque os processos indiretos, como Lobato nos ensinou, "work" muito mais eficientemente) em personagens chamados de macacos, fedidos, burros, feios e outras indiretas mais. Você conhece os direitos humanos, inclusive foi o artista escolhido para ilustrar a Cartilha de Direitos Humanos encomendada pela Presidência da República, pelas secretarias Especial de Direitos Humanos e de Promoção dos Direitos Humanos, pela ONU, a UNESCO, pelo MEC e por vários outros órgãos. Muitos dos quais você agora desrespeita ao querer, com a sua ilustração, acabar de vez com a polêmica causada por gente que estudou e trabalhou com seriedade as questões de educação e desigualdade racial no Brasil. A adoção do Caçadas de Pedrinho vai contra a lei de Igualdade Racial e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que você conhece e ilustrou tão bem. Na página 25 da sua Cartilha de Direitos Humanos, está escrito: "O único jeito de uma sociedade melhorar é caprichar nas suas crianças. Por isso, crianças e adolescentes têm prioridade em tudo que a sociedade faz para garantir os direitos humanos. Devem ser colocados a salvo de tudo que é violência e abuso. É como se os direitos humanos formassem um ninho para as crianças crescerem." Está lá, Ziraldo, leia de novo: "crianças e adolescentes têm prioridade". Em tudo. Principalmente em situações nas quais são desrespeitadas, como na leitura de um livro com passagens racistas, escrito por um escritor racista com finalidades racistas. Mas você não vê racismo e chama de patrulhamento do politicamente correto e censura. Você está pensando nas crianças, Ziraldo? Ou com medo de que, se a moda pega, a "censura" chegue ao seu direito de continuar brincando com o assunto? "Acho injusto fazer isso com uma figura da grandeza de Lobato", você disse em uma reportagem. E com as crianças, o público-alvo que você divide com Lobato, você acha justo? Sim, vocês dividem o mesmo público e, inclusive, alguns personagens, como uma boneca e pano e o Saci, da sua Turma do Pererê. Medo de censura, Ziraldo, talvez aos deslizes, chamemos assim, que podem ser cometidos apenas porque se acostuma a eles, a ponto de pensar que não são, de novo chamemos assim, deslizes.

A gente se acostuma, Ziraldo. Como o seu menino marrom se acostumou com as sandálias de dedo: "O menino marrom estava tão acostumado com aquelas sandálias que era capaz de jogar futebol com elas, apostar corridas, saltar obstáculos sem que as sandálias desgrudassem de seus pés. Vai ver, elas já faziam parte dele" (ZIRALDO, 1986,p. 06, em O Menino Marrom). O menino marrom, embora seja a figura simpática e esperta e bonita que você descreve, estava acostumado e fadado a ser pé-de-chinelo, em comparação ao seu amigo menino cor-de-rosa, porque "(...) um já está quase formado e o outro não estuda mais (...). Um já conseguiu um emprego, o outro foi despedido do quinto que conseguiu. Um passa seus dias lendo (...), um não lê coisa alguma, deixa tudo pra depois (...). Um pode ser diplomata ou chofer de caminhão. O outro vai ser poeta ou viver na contramão (...). Um adora um som moderno e o outro – Como é que pode? – se amarra é num pagode. (...) Um é um cara ótimo e o outro, sem qualquer duvida, é um sujeito muito bom. Um já não é mais rosado e o outro está mais marrom" (ZIRALDO, 1986, p.31). O menino marrom, ao crescer, talvez virasse marginal, fado de muito negro, como você nos mostra aqui: "(...) o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24), porque a própria professora tinha ensinado para ele a diferença e a (não) mistura das cores. Então ele pensou que "Ficar sozinho, às vezes, é bom: você começa a refletir, a pensar muito e consegue descobrir coisas lindas. Nessa de saber de cor e de luz (...) o menino marrom começou a entender porque é que o branco dava uma idéia de paz, de pureza e de alegria. E porque razão o preto simbolizava a angústia, a solidão, a tristeza. Ele pensava: o preto é a escuridão, o olho fechado; você não vê nada. O branco é o olho aberto, é a luz!" (ZIRALDO, 1986, p.29), e que deveria se conformar com isso e não se revoltar, não ter ódio nenhum ao ser ensinado que, daquela beleza, pureza e alegria que havia na cor branca, ele não tinha nada. O seu texto nos ensina que é assim, sem ódio, que se doma e se educa para que cada um saiba o seu lugar, com docilidade e resignação: "Meu querido amigo: Eu andava muito triste ultimamente, pois estava sentindo muito sua falta. Agora estou mais contente porque acabo de descobrir uma coisa importante: preto é, apenas, a ausência do branco" (ZIRALDO, 1986, p.30).

Olha que interessante, Ziraldo: nós que sabemos do racismo confesso de Lobato e conseguimos vê-lo em sua obra, somos acusados por você de "macaquear" (olha o termo aí) os Estados Unidos, vendo racismo em tudo. "Macaqueando" um pouco mais, será que eu poderia também acusá-lo de estar "macaqueando" Lobato, em trechos como os citados acima? Sem saber, é claro, mas como fruto da introjeção de um "processo" que ele provou que "work" com grande eficiência e ao qual podemos estar todos sujeitos, depois de sermos submetidos a ele na infância e crescermos em uma sociedade na qual não é combatido. Afinal, há quem diga que não somos racistas. Que quem vê o racismo, na maioria os negros, que o sofrem, estão apenas "macaqueando". Deveriam ficar calados e deixar dessa bobagem. Deveriam se inspirar no menino marrom e se resignarem. Como não fazem muitos meninos e meninas pretos e marrons, aqueles que são a ausência do branco, que se chateiam, que se ofendem, que sofrem preconceito nas ruas e nas escolas e ficam doídos, pensando nisso o tempo inteiro, pensando tanto nisso que perdem a vontade de ir à escola, começam a tirar notas baixas porque ficam matutando, ressentindo, a atenção guardadinha lá debaixo da dor. E como chegam à conclusão de que aquilo não vai mudar, que não vão dar em nada mesmo, que serão sempre pés-de-chinelo, saem por aí especializando-se na arte de esperar pelo atropelamento de velhinhas.

Racismo é um dos principais fatores responsáveis pela limitada participação do negro no sistema escolar, Ziraldo, porque desvia o foco, porque baixa a auto-estima, porque desvia o foco das atividades, porque a criança fica o tempo todo tendo que pensar em como não sofrer mais humilhações, e o material didático, em muitos casos, não facilita nada a vida delas. E quando alguma dessas crianças encontra um jeito de fugir a esse destino, mesmo que não tenha sido através da educação, fica insuportável e merece o linchamento público e exemplar, como o sofrido por Wilson Simonal. Como exemplo, temos a sua opinião sobre ele: "Era tolo, se achava o rei da cocada preta, coitado. E era mesmo. Era metido, insuportável". Sabe, Ziraldo, é por causa da perpetuação de estereótipos como esses que às vezes a gente nem percebe que eles estão ali, reproduzidos a partir de preconceitos adquiridos na infância, que a SEPPIR pediu que o MEC reavaliasse a adoção de Caçadas de Pedrinho. Não a censura, mas a reavaliação. Uma nota, talvez, para ser colocada junto com as outras notas que já estão lá para proteger os direitos das onças de não serem caçadas e o da ortografia, de evoluir. Já estão lá no livro essas duas notas e a SEPPIR pede mais uma apenas, para que as crianças e os adolescentes sejam "colocados a salvo de tudo que é violência e abuso", como está na cartilha que você ilustrou. Isso é um direito delas, como seres humanos. É por isso que tem gente lutando, como você também já lutou por direitos humanos e por reparação. É isso que a SEPPIR pede: reparação pelos danos causados pela escravidão e pelo racismo.

Assim você se defendeu de quem o atacou na época em que conseguiu fazer valer os seus direitos: "(…) Espero apenas que os leitores (que o criticam) não tenham sua casa invadida e, diante de seus filhos, sejam seqüestrados por componentes do exército brasileiro pelo fato de exercerem o direito de emitir sua corajosa opinião a meu respeito, eu, uma figura tão poderosa”. Ziraldo, você tem noção do que aconteceu com os, citando Lobato, "negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão", e do que acontece todos os dias com seus descendentes em um país que naturalizou e, paradoxalmente, nega o seu racismo? De quantos já morreram e ainda morrem todos os dias porque tem gente que não os leva a sério? Por causa do racismo é bem difícil que essa gente fadada a ser pé-de-chinelo a vida inteira, essas pessoas dos subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal, - porque nelas está a ausência do branco, esse povo todo representado pela mulata dócil que você faz sorrir nos braços de um dos escritores mais racistas e perversos e interesseiros que o Brasil já teve, aquele que soube como ninguém que um país (racista) também de faz de homens e livros (racistas), por causa disso tudo, Ziraldo, é que eu ia dizendo ser quase impossível para essa gente marrom, herdeira dessa gente de cor que simboliza a angústia, a solidão, a tristeza, gerar pessoas tão importantes quanto você, dignas da reparação (que nem é financeira, no caso) que o Brasil também lhes deve: respeito. Respeito que precisou ser ancorado em lei para que tivesse validade, e cuja aplicação você chama de censura.

Junto com outros grandes nomes da literatura infantil brasileira, como Ana Maria Machado e Ruth Rocha, você assinou uma carta que, em defesa de Lobato e contra a censura inventada pela imprensa, diz: "Suas criações têm formado, ao longo dos anos, gerações e gerações dos melhores escritores deste país que, a partir da leitura de suas obras, viram despertar sua vocação e sentiram-se destinados, cada um a seu modo, a repetir seu destino. (...) A maravilhosa obra de Monteiro Lobato faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças. Nenhum de nós, nem os mais vividos, têm conhecimento de que os livros de Lobato nos tenham tornado pessoas desagregadas, intolerantes ou racistas. Pelo contrário: com ele aprendemos a amar imensamente este país e a alimentar esperança em seu futuro. Ela inaugura, nos albores do século passado, nossa confiança nos destinos do Brasil e é um dos pilares das nossas melhores conquistas culturais e sociais." É isso. Nos livros de Lobato está o racismo do racista, que ninguém vê, que vocês acham que não é problema, que é alicerce, que é necessário à formação das nossas futuras gerações, do nosso futuro. E é exatamente isso. Alicerce de uma sociedade que traz o racismo tão arraigado em sua formação que não consegue manter a necessária distância do foco, a necessário distância para enxergá-lo. Perpetuar isso parece ser patriótico, esse racismo que "faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças." Sabe o que Lobato disse em carta ao seu amigo Poti, nos albores do século passado, em 1905? Ele chamava de patriota o brasileiro que se casasse com uma italiana ou alemã, para apurar esse povo, para acabar com essa raça degenerada que você, em sua ilustração, lhe entrega de braços abertos e sorridente. Perpetuar isso parece alimentar posições de pessoas que, mesmo não sendo ou mesmo não se achando racistas, não se percebem cometendo a atitude racista que você ilustrou tão bem: entregar essas crianças negras nos braços de quem nem queria que elas nascessem. Cada um a seu modo, a repetir seu destino. Quem é poderoso, que cobre, muito bem cobrado, seus direitos; quem não é, que sorria, entre na roda e aprenda a sambar.

Peguei-o para bode expiatório, Ziraldo? Sim, sempre tem que ter algum. E, sem ódio, espero que você não queira que eu morra por te criticar. Como faziam os racistas nos tempos em quem ainda linchavam negros. Esses abusados que não mais se calam e apelam para a lei ao serem chamados de "macaco", "carvão", "fedorento", "ladrão", "vagabundo", "coisa", "burro", e que agora querem ser tratados como gente, no concerto dos povos. Esses que, ao denunciarem e quererem se livrar do que lhes dói, tantos problemas criam aqui, nesse país do futuro. Em uma matéria do Correio Braziliense você disse que "Os americanos odeiam os negros, mas aqui nunca houve uma organização como a Ku Klux Klan. No Brasil, onde branco rico entra, preto rico também entra. Pelé nunca foi alvo de uma manifestação de ódio racial. O racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos”. Se dependesse de Monteiro Lobato, o Brasil teria tido sua Ku-Klux-Klan, Ziraldo. Leia só o que ele disse em carta ao amigo Arthur Neiva, enviada de Nova Iorque em 1928, querendo macaquear os brancos norte-americanos: "Diversos amigos me dizem: Por que não escreve suas impressões? E eu respondo: Porque é inútil e seria cair no ridículo. Escrever é aparecer no tablado de um circo muito mambembe, chamado imprensa, e exibir-se diante de uma assistência de moleques feeble-minded e despidos da menos noção de seriedade. Mulatada, em suma. País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan é país perdido para altos destinos. André Siegfred resume numa frase as duas atitudes. "Nós defendemos o front da raça branca - diz o sul - e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brasil". Um dia se fará justiça ao Kux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destroem (sic) a capacidade construtiva." Fosse feita a vontade de Lobato, Ziraldo, talvez não tivéssemos a imprensa carioca, talvez não tivéssemos você. Mas temos, porque, como você também diz, "o racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos." Como, para acabar com a polêmica, você nos ilustra com o desenho para o bloco quemerdense. Olho para o rosto sorridente da mulata nos braços de Monteiro Lobato e quase posso ouvi-la dizer: "Só dói quando eu rio".



Com pesar, e em retribuição ao seu afeto,



Ana Maria Gonçalves

Negra, escritora, autora de Um defeito de cor**


FONTE: http://www.idelberavelar.com/archives/2011/02/carta_aberta_ao_ziraldo_por_ana_maria_goncalves.php

*SINOPSE: Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens, 'Defeitos de cor' , de Ana Maria Gonçalves, é um romance histórico.

CUFA RG PARTICIPA DO II ENCONTRO DE CAPACITAÇÃO DO FUNDO DE APOIO À CULTURA

      No úlltimo dia 2 de março, Neusa Borges, integrante da CUFA Rio Grande, participou no Sobrado  dos Azulejos ocorreu em nossa cidade.
       Neusa achou muito produtivo o encontro eja arregaçou as mangas para elaborar uma proposta a ser encaminhada solicitando apoio a projetos culturais para a base do Rio Grande.
        Reproduzimos a seguir a reportagem do site da Prefeitura Municipal

PRODUTORES CULTURAIS PARTICIPARAM DO II ENCONTRO DE CAPACITAÇÃO DO FUNDO DE APOIO À CULTURA


      A Supervisão Cultural da SMEC realizou na tarde desta quarta-feira, 02, no Sobrado dos Azulejos, um encontro com a Secretaria Estadual da Cultura. Na oportunidade, produtores culturais do Rio Grande e de outras cidades da região tiveram a oportunidade de conhecer o Fundo de Apoio à Cultura (FAC/RS), e saber como se capacitar para concorrer com os seus projetos.

       Participaram do evento o secretário de Educação e Cultura, Claudio Omar Nunes, representando o prefeito municipal Fábio Branco, o supervisor cultural da SMEC, Luis Henrique Drevnovicz, a diretora de Economia da Cultura da Secretaria de Estado da Cultura, Denise Viana, o gestor executivo do Pró-Cultura Rafael Balle, a assessora de projetos da Supervisão Cultural da SMEC e a coordenadora do evento, Flávia Altmayer. Também estiveram presentes ao encontro a equipe técnica da SMEC além de produtores culturais do Rio Grande, Pelotas, Capivari do Sul (RS) , Palmares do Sul (RS) e Florianópólis (SC).

       O encontro de capacitação serviu para apresentar aos produtores culturais o edital do Fundo, que está recebendo até o dia 14 de março a inscrição de projetos com valores de até R$ 30 mil. Sendo assim, os projetos escolhidos no processo de seleção serão financiados pelo FAC, não havendo necessidade de captação de recursos.

       Em seu pronunciamento o supervisor cultural, Luis Henrique Drevnovicz, destacou a importância do encontro. "Ás vezes existe o recurso mas falta organização ou bons projetos que estejam qualificados para participar de um processo de seleção como este. Por isso tivemos a iniciativa de procurar a Secretaria de Cultura, para que todos os interessados aproveitem esta oportunidade para se informar e se adequar às exigências do edital", declarou o supervisor. Na sequência, Drevnovicz anunciou que ainda para 2011 está prevista a instalação de uma Sala de Projetos, que terá a função de prestar informação e orientação aos produtores culturais.

    Em seu pronunciamento, a diretora de Economia da Cultura, Denise Viana, falou sobre a regulamentação, em dezembro último, do Pró-Cultura, lei que rege o financiamento aos projetos culturais no RS. Ainda, segundo a diretora, este primeiro edital do Fundo de Apoio à Cultura selecionará 30 projetos vindos da sociedade civil, de até R$ 30 mil reais cada. "O nosso grande objetivo é capacitar, profissionalizar os espaços de ação dos grupos culturais, companhias e produtores", falou ela.
        Na sequência, houve a palestra do gestor executivo do Pró-Cultura e coordenador do parecer técnico da Secretaria de Estado da Cultura, Rafael Balle, que falou sobre o tema "Fundo de Apoioà Cultura- FAC/RS".

Fonte: http://www.riogrande.rs.gov.br/pagina/index.php/noticias/detalhes+801d3,,produtores-culturais-participaram-do-ii-encontro-de-capacitacao-do-fundo-de-apoio-a-cultura.html